quarta-feira, 5 de junho de 2013



Os primeiros contatos com a palavra: encontros e reencontros.

Durante os primeiros anos escolares e mesmo antes deles, meu contato com livros foi muito  restrito. Não havia em minha casa estímulo à leitura, bem menos à escrita.  Mas lembro-me de um livreto, que pertencia a  meu  pai, cuja capa já não existia e ficava bem guardado. Foi a primeira leitura completa de um livro que fiz, por volta dos 8 anos.

Depois de muitos anos, em 2011, é que descobri que se tratava de um cordel original: " Zé Bico Doce, o rei da malandragem", de Paulo Nunes Batista. Fiquei encantada, e o reli depois de muito tempo. Me serviu na elaboração de um TCC em 2011. Era fascinada por Cordel sem saber que tinha um em casa.

Li o primeiro romance por volta dos 9 anos,  "O menino do dedo verde", como exigência de escola.  Gostei do personagem, mas pouco compreendi da obra. Na faculdade o reencontrei e só então o li com outro olhar e entendi a complexidade  do que era  uma narrativa fantástica, talvez tenha nascido aí minha predileção por esse gênero. Recordo-me de com 13 anos ler "Dom Casmurro", confesso que não gostei, e  não entendi o motivo pelo qual  o professor nos obrigou a ler um romance dessa complexidade na sétima série. Conheci  e compreendi  "Dom Casmurro" em profundidade na faculdade, e mais uma vez me surpreendi.

São histórias de encontros e reencontros com obras fundamentais que marcaram minha infância e cujos valores eu não poderia mensurar enquanto criança.

Meus primeiros contatos com a escrita foram difíceis, escrever para mim era árduo já nos anos de alfabetização (7 anos). Era necessário que a professora segurasse nas mãos para ajudar a cobrir os traços e formar as vogais. Compor descrições, olhar para uma sequência de gravuras e elaborar uma narrativa eram atividades recorrentes nas primeiras séries. Nos anos seguintes vinham as famosas "redações",  nome equivocado para produção de textos de opinião. Ao longo do tempo fui aprendendo sozinha a gostar de literatura e a falar em público, o que me motivou a ser professora de Português.



                                                                      

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